O presente trabalho busca estudar o conto da escritora paraense Maria Lúcia Medeiros, intitulado “Miss Doris”, e, dado seu teor misterioso e sobrenatural, levantamos a hipótese de ele poder ser classificado como pertencente ao fantástico. Levando isso em conta, procuramos enquadrar esse texto no gênero fantástico, sabendo não bastar que um texto tenha mistério, que termine sem explicações, ou que tenha um teor sobrenatural para ser enquadrado em tal gênero. Até mesmo porque, as definições do que se constitui como texto fantástico mudaram conforme os séculos, e hoje, pode-se caracterizá-lo também como um gênero que explora o ser humano e sua natureza, suas dúvidas, anseios, como já disse Sartre (1997). Acreditamos que o conto de Maria Lúcia Medeiros consiga explorar esses últimos aspectos apontados pelo filósofo francês. Sendo assim, para a realização deste trabalho, utilizaremos, por meio de pesquisa bibliográfica, escritores que teorizaram sobre o fantástico, como Jean-Paul Sartre (1997), Tzvetan Todorov (1975), Sigmund Freud (1980), para que possamos, dessa forma, justificar nossa escolha de enquadrar Miss Doris como sendo um conto fantástico.