Eventos Académicos, VI Congreso Internacional de Letras

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A estética impressionista na literatura
Franco Baptista Sandanello, Vanessa de Oliveira Temporal

Última modificación: 2018-01-27

Resumen


O conceito de Impressionismo pictórico, nascido com o quadro de Monet “Impressão, sol nascente” (1874) e consolidado mais tarde pela revista L’impressioniste (1877), prevê alguns termos comuns que ultrapassam os limites da pintura, adentrando a literatura europeia da virada do século XIX para o XX: a visão como experiência primordial; o gosto pelas paisagens transitórias e movimentadas dos centros urbanos; o efeito do ambiente sobre o olhar do observador; a independência do equilíbrio das formas, face aos temas explorados; e o consequente caráter de esboço e fragmento da obra de arte. Aplicados à literatura finissecular, por exemplo, da França e da Inglaterra, tais elementos parecem dotar de um sentido específico obras tão díspares como as de Edmond de Goncourt, Marcel Proust, Joseph Conrad e Ford Madox Ford. Se nos ativermos à história do conceito de impressão, este sentido comum aponta para uma doutrina da natureza perspectiva da verdade, que se foi desenvolvendo desde Platão a Descartes e Bergson. No entanto, considerando a evolução do conceito de impressão, como se daria a transposição da pintura para o texto literário? Por intermédio da cópia, pura e simples, de técnicas da pintura para a escrita, ou pelo parentesco longínquo de uma comunidade ampla, e talvez vaga, de ideias e concepções de arte entre tais autores? A presente exposição visa, assim, revisitar a ideia de Impressionismo literário a partir de suas convergências e divergências frente ao Impressionismo pictórico, tendo em vista a oportunidade de rediscutir obras canônicas da literatura europeia – como aquelas dos autores há pouco citados – e da literatura brasileira – passando por nomes como os de Domício da Gama, Raul Pompéia e Adelino Magalhães.


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