Eventos Académicos, VII Jornadas de Creación y crítica literaria

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UM PASSADO DE TORTURAS: TRAUMA E MEMÓRIA EM NÃO PASSARÁS O JORDÃO, DE LUIZ FERNANDO EMEDIATO
Venâncio Damasceno Gomes Venâncio

Última modificación: 2022-07-31

Resumen


A literatura do testemunho é um campo que se volta para a narração de um acontecimento, em sua maioria traumáticos, e que apresenta implicações no âmbito histórico, social e político. O golpe militar implantado no Brasil em 1964, propicia a eclosão de um contexto profundamente marcado por políticas repressivas e censórias pelos militares, reprimindo todas aquelas vozes que se contrapunham ao governo. Luiz Fernando Emediato, nesse contexto, é um escritor que assumiu em sua escrita um caráter de resistência, privilegiando, em seus textos, o cenário amargo e repressivo da ditadura militar brasileira. Com base nisso, o presente estudo se propõe a analisar a novela Não passarás o Jordão, de Luiz Fernando Emediato, publicado em 1977, à luz dos pressupostos teóricos do trauma e da memória. Para tanto, as pesquisas empreendidas por Márcio Seligmann-Silva (2003), Eurídice Figueiredo (2017), Regina Dalcastagnè (1996), Malcolm Silverman (1995), Flora Süssekind (1985), dentre outros, serão fundamentais para fundamentar o presente estudo, dada as suas ponderações sobre o trauma e a memória. Portanto, a narrativa de Emediato, mesclando personagens reais e fictícios, apresenta ao leitor os sofrimentos enfrentados por Cláudia B., uma jovem militante de esquerda, submetida à prisão e tortura na época da ditadura militar, trazendo à tona os traumas aos quais estavam submetidos todos aqueles que tinham como projeto combater a ditadura.


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