Este trabalho debruça-se em torno da obra Conersación al sur ( 1981) da escritora Argentina Marta Traba. A narrativa aborda relatos da ditadura militar na Argentina vivenciadas pelas personagens Irene e Dolores por terem testemunhado esse movimento político. A conversa entre as duas personagens é uma forma de desafiar a ideologia patriarcal e militar. Marta Traba retoma, por meio dos relatos, cenas de violência levando , muitas vezes a interrupção da vida dos sujeitos, em especial às mulheres que tiveram suas vidas e a vida de seu familiares reprimidas, ou ainda, interrompidas pelo estado autoritário que age como coator e intensificador do sofrimento humano. O trabalho objetiva fazer reflexões sobre a ditadura em diálogo com a metaficção historiográfica propõe uma leitura alternativa do passado como uma crítica à história oficial. Por isso seu caráter contraditório, pois nega exatamente a veracidade de seu objeto. Recupera e, ao mesmo tempo, recusa os pressupostos históricos. A metaficção historiográfica , de acordo com Hutcheon(1991)defende que só existem “verdades”, no plural, e jamais uma só verdade definida. Além disso, o que diferencia a narrativa ficcional da histórica são suas estruturas, as quais são contrariadas pela metaficção. Este trabalho é de natureza qualitativa e de cunho bibliográfico, e se justifica por divulgar resultado de pesquisas feitas durante o pós-doutorado. Esta reflexão pauta-se em Seligmann-Silva (2008), Sanjurjo (2015), Montanêz (2013), Agaben(2004), entre outros. Os resultados apontam para casos de violência como exemplos comumente encontrados na Argentina em decorrência da Ditadura.