O artigo apresenta um recorte de uma pesquisa de doutorado em andamento, voltada para intercâmbios e hibridações entre as artes, e na qual a montagem —em seus aspectos de edição, colagem e assemblagem— é considerada como um recurso compartilhado por diferentes práticas criativas. A partir de gráficos e tabelas elaborados originalmente para a concepção de obras artísticas, identificaremos modos de dominação implícitos em convenções disseminadas. Dentre tais modos, estão hierarquias subentendidas em relações continente/conteúdo, e a insistência na linearidade baseada no tempo único e de natureza teleológica característico do projeto de dominação do período moderno. Para tanto, utilizamos o método da bricolagem, cujo caráter inclusivo comporta a combinação de metodologias diversas e por vezes díspares. Trata-se de uma característica que além das afinidades com princípios de montagem, também apresenta um potencial para transgressão de convenções estabelecidas. Autores utilizados na fundamentação: Vincente Amiel, H. J. Koellreutter, Nicolas Borriaud, Marshall McLuhan, Anna Dezeuze, Joe L. Kincheloe.