Última modificación: 2018-02-04
Resumen
No presente artigo, discorro sobre o lidar com a matéria do mundo através da lógica do colecionador que, apesar de empreender uma luta contra a dispersão das coisas, reunindo-as segundo uma afinidade ou mesmo uma cronologia, guarda também em si o alegorista que, segundo Walter Benjamin, desistiu de elucidar as coisas através da pesquisa do que lhes é a fim e do que lhes é próprio, desligando-as de seu contexto e confiando apenas na meditação para elucidar seu significado. Para tanto, recorremos às fotografia de Arthur Omar, aos mantos e estandartes de Arthur Bispo do Rosário e ao caráter prismático da escritura de J. L. Borges em El Aleph, pois acreditamos que eles conferem um suporte narrativo à tessitura teórica que potencializa o exercício taxonômico evidenciado na prosa do escritor brasileiro Wilson Bueno, Cristal.