Última modificación: 2022-07-31
Resumen
A ditadura argentina foi uma das mais violentas da América Latina; entre 1976 e 1983, mais de 30 mil pessoas passaram pelos 362 campos de concentração e extermínio na Argentina. Dentre essas pessoas, estavam militantes políticos, ativistas sociais ou simplesmente testemunhas dos sequestros diários. Muitos deles nunca mais apareceram. Seus filhos foram criados por familiares ou foram também sequestrados, como seus pais. Muitas mulheres que sofreram durante esse período, resolveram escrever textos sobre o que viveram; para investigar a escrita feminina sobre esse período será feita a análise dos textos La casa de nos conejos, de Laura Alcoba e Fragmentos de la memoria: recuerdos de una experiencia carcelaria, de Margarita Drago. Laura Alcoba presenciou a ditadura argentina quando tinha somente sete anos e escreve suas memórias desse período truculento e ditatorial da história argentina e Margarita Drago é uma professora que foi presa porque defendia a educação para a liberdade. Para fundamentar esse estudo, serão utilizados Coggiola (2001) e outros autores que auxiliam na compreensão do contexto histórico retratado nessa investigação; Pollak (1989) e Sarlo (2007), com estudos sobre memória; Seligmann-Silva (2000) que escreve sobre o testemunho e o trauma, dentre outros teóricos que se fizerem necessários. Percebe-se que o registro das memórias de experiências traumáticas é fundamental para que não haja esquecimento e para que se busquem formas de impedir que tempos sombrios ocorram novamente.
OBS: Mesa coordenada: A Escrita de si: do eu evidente ao velado