Última modificación: 2018-01-16
Resumen
O texto socializa resultados de pesquisa em andamento sobre o entendimento de jovens matriculados no ensino médio de escolas estaduais do município de Dourados, Mato Grosso do Sul, sobre a educação escolar oferecida e dos modos como a tomam em suas vidas. Os resultados de um instrumento aplicado em duas instituições foram objeto de atenção neste trabalho. Trata-se de pesquisa qualitativa, com análises provisórias apoiadas nos estudos foucaultianos. Segundo essa perspectiva, os processos de escolarização, como dispositivo, foram considerados constituidores de subjetividades jovens, pois estes se reconhecem nos discursos educacionais que circulam não somente no interior da escola, mas na mídia, na política, na produção científica e nas relações sociais. Considerada instância produtiva, o espaço-tempo escolar ocupa, desde o início do século passado, parte significativa da vida de crianças e jovens e, em certa medida, os compõem e conformam como sujeitos/subjetividades escolarizadas. Observou-se que essa produção discursiva, “regime de enunciações”, sobre escolarização e subjetividades jovens, conectadas a outros discursos e práticas, configura e delimita as capacidades individuais, sendo descrita pelos sujeitos da pesquisa como parte de suas vidas. Detectou-se, contudo, que os jovens não se “conformam” nessas práticas nem em discursos de modos idênticos. Os aspectos provisórios apontados neste trabalho determinaram a pergunta explicitada em seu título, sobre o que estamos fazendo de nossos jovens, e, sem dúvida, de nós mesmos, nos espaços educativos e de escolarização, onde estamos pensando e fazendo. Também, alimentam o caminho a seguir na continuidade da pesquisa.