Este trabalho é resultado de uma pesquisa que está sendo desenvolvida pelo Grupo de Estudos e Pesquisa sobre Imaginário, Educação e Memória (GEPIEM) da Universidade Federal de Pelotas (UFPEL), que tem como objetivo geral identificar em que medida as imagens sobre o corpo, construídas no decurso da formação, constituem o corpo adulto para a futura docência na área da dança e do teatro. O intuito é investigar as imagens, como representações de corpo, decorrentes das experiências vividas no decurso do trajeto formativo, repercutem nas representações do adulto em formação. Seja, em sua forma de ser, portar-se e agir, seja no modo como se expressa no cenário da docência. O embasamento teórico do referido estudo está alicerçado em duas vertentes: no Imaginário e nas Pesquisas (Auto)biográficas. Nos estudos do Imaginário as principais referências são Gilbert Durand e Gaston Bachelard, e nas Pesquisas (Auto)biográficas, Marie-Christine Josso e Christine Delory-Momberger. Para dar vazão às imagens de corpo no decurso da formação e olhar para o corpo adulto do futuro docente, utilizaremos a narrativa autobiográfica.  A análise será fundamentada nos estudos de Durand (2002) buscando nas narrativas dos sujeitos da pesquisa os núcleos simbólicos (imagens que emergem do objeto pesquisado) com o intuito de encontrar o mitema de cada participante da pesquisa. A ideia de mitema é baseada em Durand a partir de Lévi-Strauss. Entende-se por mitema o agrupamento de palavras que de algum modo representará o sentido latente subsumido na imagem de corpo no decorrer do trajeto formativo e como ressoa no corpo adulto para a futura docência. Com a pesquisa, ainda em fase inicial, temos a intenção de contribuir para o campo científico voltado aos estudos do corpo na perspectiva das pesquisas (auto)biográficas aliados as contribuições dos estudos do Imaginário, para mostrar que é possível e necessário problematizar o corpo como elemento biográfico e formador na formação de professores. Bem como, mostrar o forte potencial de teorização à luz do conceito de Corpo Biográfico, entendido como as memórias inscritas no corpo (ZANELLA, PERES, 2013), e Imaginário na Educação.