Eventos Académicos, IV Seminario Nacional de la Red Estrado Argentina

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OS SABERES ENVOLVIDOS NA PROFISSIONALIZAÇÃO DE PROFESSORES NO PROGRAMA PEC-MUNICÍPIOS
Luciana Porfírio Lu Porfirio

Última modificación: 2019-06-24

Resumen


No Brasil, as condições precárias do ensino em diversas regiões[1] condicionaram a necessidade de melhorar o ensino em todos os níveis, começando pela educação básica que, ao longo dos anos, sempre teve a sua melhoria associada à formação e o aperfeiçoamento dos professores. A promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, em 20 de dezembro de 1996, por meio do Título VI estabeleceu a obrigatoriedade da formação em nível superior aos professores que lecionavam nos anos iniciais do ensino fundamental. A exigência legal de formação em nível superior e a retórica política das novas funções perante os desafios da globalização fizeram emergir um processo que tem sido denominado, na literatura, de universitarização docente, considerada a melhor maneira de qualificação e profissionalização dos professores. Produz-se assim, um quadro discursivo, de natureza científica que, associado a outros conhecimentos, acaba por reconfigurar o estatuto profissional docente, um movimento de renovação da formação e da profissão que passa pela universidade. Estabeleceu-se a partir daí, uma parceria entre secretarias de educação e as universidades para oferecer formação continuada, mote desse movimento de profissionalização dos que vão sendo veiculados tanto pelos documentos oficiais quanto pelos textos acadêmicos que circulam no campo. O professor reflexivo é um dos principais pontos destacados e desenvolver essa capacidade é considerado a condição sine qua non para elevar o desempenho profissional, melhorar a qualidade da educação e auxiliar os docentes no enfrentamento das novas questões mundiais. A ideia da reflexão reconhece os professores como sujeitos portadores de saberes e fazeres, o que traz, como consequência, a necessidade de identificar os saberes que orientam seus pensamentos e ações. O trabalho se delineou a partir da constatação de que, mesmo quando associados às universidades, essas formações se pautam pela concepção de que os professores se formam, são formados e constroem sua identidade nas inter-relações que estabelecem com o mundo e o conhecimento enquanto sujeitos ativos. Em linhas gerais, acredita-se que a formação do professor precisa ser pensada por meio das interfaces com a circulação do discurso apresentado em textos voltados para esse fim. No Brasil, nas últimas décadas, o tema da formação docente gira em torno da profissionalização ganhando destaque nos meios acadêmicos e nas políticas públicas educacionais, cujas práticas formativas e cujo discurso operam no sentido de adequar as aprendizagens voltadas para o saber-fazer que se relaciona diretamente com a forma de produção do conhecimento. O vivenciar, o compreender, o saber e o saber-fazer, entendidos como ações que dão identidade ao professor, concretizam o processo de formação e fundamentam-se em diferentes campos do conhecimento, cujas orientações visam a conduzir o educador à plena conscientização sobre a realidade em que vai atuar; a uma fundamentação teórica adequada e à instrumentalização técnica.


[1] O Brasil contava, em 2007, com 14,1 milhões de analfabetos entre pessoas de 15 anos ou mais, mostrando que houve uma redução para 10% em relação à 1997, quando a taxa era de 14,7%. A distribuição espacial desse grupo mostrava, em 2007, uma concentração de (52%) no Nordeste. A universalização da educação primária é uma meta a ser atingida até 2015 pelos países signatários dos Objetivos do Milênio – que estabelecem metas para a erradicação definitiva do analfabetismo –, entre eles está o Brasil. Esforços, nesse sentido, se voltam para a verificação da taxa de analfabetismo na população de 15 a 24 anos. Em 2007, 5,3% das pessoas nessa faixa etária eram analfabetas e houve uma redução significativa em relação a 1997 (12,0%). Entretanto, as regiões Norte (6,0%) e Nordeste (6,5%), apesar de registrarem reduções expressivas, ainda possuem taxas que são quase o dobro das demais regiões. Dados do IBGE/2008. Sínteses dos Indicadores Sociais (SIS). Disponível em: http://www.ibge.com.br Acesso em: jun. 2008


Palabras clave


Formação continuada; políticas; práticas educativas.

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