O presente artigo visa apresentar em linhas gerais as bases de um processo de pesquisa em andamento sobre as origens da criação e consolidação da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). Pretende-se compreender as principais transformações por que passou essa Instituição desde a sua criação em 1962, com a implantação da Faculdade de Farmácia e Odontologia de Mato Grosso até sua federalização em 1979. Para tanto, é necessário investigar as políticas do governo federal com relação ao ensino superior, as relações entre os governos federal, estadual e municipal e a Universidade e suas disputas internas. A partir do movimento arqueológico, o estudo terá por objetivo investigar como se engendraram os saberes que precisaram ser ativados para que a UFMS fosse criada. Metodologicamente, por meio dos pressupostos de Michel Foucault, propõem-se realizar um inventário em arquivos documentais públicos e particulares, fotos, históricos escolares, entrevistas e livros memorialísticos acerca dos discursos proferidos, explicitados e silenciados em uma análise do campo epistemológico Foucaultiano, desvelando, assim, as estratégias e táticas que formam as unidades discursivas dessa Instituição de Ensino Superior. Investigar sua história, desde a década de 1960, contribuirá para o entendimento sobre as origens e expansão do ensino superior em Mato Grosso e em Mato Grosso do Sul e sobre as relações de poderes que permeiam o campo intelectual, cuja história é pouco conhecida.