O presente artigo apresenta um ensaio teórico de uma investigação em andamento sobre a educação e trabalho como processo de inserção social da pessoa com deficiência (PcD). A partir do movimento arqueológico, metodologicamente, por meio dos pressupostos teóricos de Michel Foucault, propõe-se realizar uma reflexão acerca dos discursos proferidos, explicitados e silenciados nos dispositivos sobre educação de pessoas com deficiência, considerando que a inserção social está determinada cada vez mais pela apropriação do saber formal e não se desvincula das práticas sociais explicitadas em suas diferentes correlações de forças e contradições. Embora Foucault não tenha texto exclusivamente dedicado à educação, suas ideias e análises sobre a educação aparecem de forma progressiva a partir da década de 1970, culminando com maior número de referências a éducation na obra Surveiller et punir, naissance de la prison (1975) com 26 páginas dedicadas ao tema. A análise dos contextos em que a palavra éducation é utilizada comprova que Foucault não conceitua educação e utiliza a palavra de forma genérica sugerindo que educação é entendida como sendo o modo em que hábitos, costumes e valores são transferidos de uma geração para a próxima, o que pode acontecer tanto através de experiências individuais quanto através de um processo formal realizada em estabelecimentos de ensino.