Eventos Académicos, II Jornadas Internacionales "Sociedades Contemporáneas, Subjetividad y Educación"

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O encontro com crianças afro-brasileiras: uma experiência dialógica na pesquisa educacional
Mailsa Passos

Última modificación: 2018-01-16

Resumen


Esta é uma apresentação que vai ser objeto de muitas traduções, a primeira delas a tradução da língua, que como toda tradução implica em uma apropriação frequentemente não muito fácil dos sentidos de uma língua e de uma cultura por alguém que não é deste lugar.

A outra tradução seria a do próprio entendimento do que seja fazer ciência, que não necessariamente tem o mesmo sentido em todo lugar. Da mesma maneira que podemos dizer que cada texto corresponde a um contexto, é possível dizer que a cada contexto corresponde um fazer científico e que, embora muitas vezes a ciência se pretenda universal, o que existe é o desejo de tornar universal o “nosso” particular.

Os sentidos da prática científica podem mudar de uma instituição acadêmica para outra, na mesma cidade ou no mesmo estado, e é claro que de um continente para outro. Esta diferença se acentua quando se trata das Ciências Humanas e Sociais, nas quais nosso “objeto” fala, sente, diz de si e do mundo à sua volta.

Entretanto, como faz parte também do fazer científico que o cientista comunique o trabalho que desenvolve, é importante compartilhar nossos métodos e resultados, procurando uma maneira mais “eficiente/produtiva” de fazê-lo.

Aqui neste caso, trata-se de uma agenda de pesquisas que desenvolvo desde 2006 no Programa de Pó-sGraduação é Educação Universidade do Estado do Rio de Janeiro (PROPED-UERJ), no Brasil e que de certa maneira me acompanha desde a minha tese de doutoramento, realizado na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio).

Esta apresentação então, será desenvolvida em três momentos.

No primeiro momento descreverei de maneira bastante sintética o percurso histórico da questão racial no Brasil, apresentando um pouco do que se tem atualmente de acúmulo de conhecimento no campo das relações raciais.

Em um segundo momento, tratarei de metodologia de pesquisa para demonstrar como discutimos a questão das relações raciais na produção científica no campo da educação, com atenção para o que Boaventura de Sousa Santos tem chamado de “ecologia de saberes” (SANTOS, 2010) - já que acreditamos que paralelamente ao racismo que se manifesta em relação à cor da pele, textura do cabelo e a origem de determinados grupos - está também um preconceito contra determinados saberes e práticas.

Por último pretendo apresentar o lugar da criança na pesquisa que desenvolvemos. Quem é esta criança com quem dialogamos? O que seu discurso sobre a sociedade em que vivemos nos ensina a respeito desta mesma sociedade? Como estabelecemos com esta criança uma relação dialógica – orientados aqui por uma reflexão sobre a linguagem a partir de Mikhail Bakhtin?


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