Última modificación: 2018-01-16
Resumen
O artigo propõe um debate sobre as políticas públicas de Educação de Jovens e Adultos (EJA) – especialmente na articulação com as políticas de escolarização da juventude – a partir das demandas contemporâneas dos jovens, que querem ser entendidos e incluídos como “sujeitos de direitos”. Apresenta dados quantitativos da situação e da condição educacional em que se encontra a juventude brasileira, destacando avanços, obstáculos e desigualdades ainda vivenciadas. O texto é construído com base um conjunto de informações organizadas pelo “Grupo Juventude: políticas públicas, processos sociais e educação”, da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – Unirio, a partir de estudos quantitativos sobre perfis e opiniões de jovens. Embora as políticas de juventude sejam bastante recentes no Brasil, ocupando um lugar ainda secundário no cenário macro e micropolítico, pode-se afirmar que tais políticas tendem a ser impulsionadas de forma transversal, como, no caso, a articulação das políticas de EJA com o sujeito jovem. Apesar de significativas conquistas educacionais verificadas no país nas últimas décadas, o sistema educativo brasileiro ainda apresenta características estruturais excludentes e desiguais, o que pode ser constatado nas elevadas taxas de retenção e abandono escolar, tendo como consequência um baixo grau educacional da população, inclusive a juventude, ampliando o público jovem da Educação de Jovens e Adultos. De um modo geral, os jovens da EJA vivenciam uma trajetória escolar não linear, com muitas entradas e saídas da escola, tornando o processo educacional bem mais longo e exigindo que o seu exercício seja compartilhado com outras dimensões da vida do jovem.