Eventos Académicos, II JORNADAS INTERNACIONALES "CUERPO Y VIOLENCIA EN LA LITERATURA Y LAS ARTES VISUALES CONTEMPORÁNEAS"

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Erotismo e sacrifício na prosa de Hilda Hilst
Andrea Jamilly Rodrigues Leitao

Última modificación: 2019-11-28

Resumen


A presente comunicação pretende refletir de que modo o erotismo e o sacrifício correlacionam-se, em termos ficcionais, na composição das obras Tu não te moves de ti (1980), A obscena senhora D (1982) e Com os meus olhos de cão (1986), de Hilda Hilst (1930-2004). Essa tríade foi reunida pela própria autora no volume Com os meus olhos de cão e outras novelas (1986). A coletânea também conta com dois excertos pertencentes aos livros anteriores “Floema”, de Fluxo-Floema (1970), e “Qadós”, de Qadós (1973). Parte-se, sobretudo, das formulações teóricas de Georges Bataille (2016, 2017) para compreender a forte ligação entre o ímpeto erótico e o rito sacrificial. O autor francês recupera o significado etimológico do termo sacrifício a fim de associá-lo ao ato de manifestar o sagrado, bem como ao princípio da perda. Um traço bastante peculiar dos seus três títulos hilstianos é a eloquência no modo como as experiências eróticas são atravessadas pela morte e por uma desordem do corpo em seus extremos e excessos. Nessa explosão erótica, os limites entre a volúpia e o horror, o gozo e o sofrimento, as lágrimas e o riso confundem-se. Sob um impulso eminentemente destrutivo, as personagens ora entregam-se a arrebatamentos desmesurados, tais como a Maria Matamoros e a Senhora D; ora abandonam a sua vida anterior em conformações sacrificiais, a exemplo de Axelrod Silva e de Amós Kéres. Em suma, a hipótese do trabalho é a de que a prosa de Hilda Hilst encena a condição humana em toda a sua violência dionisíaca, de forma a arrastar essas personagens em direção à perda dos contornos e à “orgia do aniquilamento”.


Palabras clave


Erotismo; sacrifício; Hilda Hilst

Texto completo: Sin título